Tokenização ganha-ganha: um caso real

Reinaldo Rabelo
2 min readDec 2, 2019

Quando decidimos investir na construção de uma registradora em blockchain para ativos alternativos, que viria a ser a MB Digital Assets, com capacidade para tokenizar os que gerassem retorno, sem esforços de terceiros, enquanto fração, estávamos confiantes na qualidade do produto que nosso cliente (investidor de ativos alternativos) iria negociar.

Encontramos, então, diversos casos que poderiam dar origem a tokens (criptoativos) que representam direitos e contratos sobre ativos que não estavam disponíveis para aquisição por investidores comuns e que, avaliado o risco, poderia lhe entregar retornos que somente eram concedidos a grandes investidores (fundos, family offices e tesourarias).

O valor do produto era tão óbvio que não tivemos dificuldade em explicar e os primeiros tokens foram adquiridos com grande rapidez. Sim. Democratizamos o acesso a high yield.

Como todo projeto, muitos detalhes, porém, não foram previstos. Percebemos alguns pequenos problemas, claro, que serviram para ajustes de produto e serviços. Todavia, a maior surpresa foi positiva: nosso projeto também ajudava o proprietário original do ativo real a ser tokenizado.

Em um desses casos, fazendo arredondamentos para facilitar o entendimento, o originador nos contou todo a sua jornada de negociação de uma dívida pública judicial (precatório) até chegar ao MBDA.

O ativo estava em nome de sua mãe, que já tinha esperado quinze anos, e tinha valor atualizado de cinco milhões de reais e pagamento esperado para três anos. Agora, ela precisava de um milhão de reais para resolver questões familiares e decidiu negociar parte do precatório. Em bancos e fundos, recebeu propostas com deságios (descontos de antecipação) entre 53% e 55% sobre aquele valor. Ademais, as propostas só tratavam de aquisição integral: “para valer o esforço”, diziam os grandes investidores.

Ao fecharmos a proposta de tokenização, então, descobrimos o benefício que conseguimos trazer, também, para o proprietário do ativo, ao eliminar intermediários inúteis. Vejamos:

Os direitos sobre o ativo foram representados por cinquenta mil tokens de cem reais. Somando serviços e descontos que o proprietário ofertou para tornar atrativa a negociação, o deságio total ficou em cerca de 28%. Como precisou vender somente uma pequena parte dos tokens ao seu dispor para atingir a meta de um milhão de reais, carregando o restante até a liquidação final, o deságio real ficou em aproximadamente 25%.

No modelo, o desconto concedido pelo proprietário permitiria ao comprador do token obter retornos de 15% ao ano, mas, acabou beneficiando, igualmente, o proprietário original do ativo, que no caso real, economizou R$1,5milhão de reais.

Tudo isso sem chatear as partes com termos complexos, sem incluir compromissos indecifráveis de performance, sem promessas de “confie no seu gestor”, sem cálculos que somente profissionais avançados do mercado financeiro poderiam entender. Por isso temos plena convicção de que o modelo #fmitech desenvolvido pela MB | Digital Assets irá revolucionar, não apenas o mercado de investimentos alternativos, mas também, o regulado sistema financeiro e de capitais, quando o sandbox regulatório estiver em produção.

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